Às vezes, ao tocar outro, sente-se o barro. Dispensamos a mão e tocamos o pulso, como se tocássemos o coração. Sentimos a fogueira da alma e então, ouvimos a canção do outro. A ode que o Oleiro recitou ao nos dar forma, colocando um abismo em cada um, preenchido por um salto com amor. E de repente, no caos da própria voz, cantando desejos, você lembra de um olhar e sorri, ao perceber que o momento acontecera antes mesmo do que pensou.
E em algum lugar, olhando os dois, o Oleiro sorri também.
Joakim Antonio
Imagem: Final-Touch by ZaGHaMi