quarta-feira, 30 de outubro de 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
sábado, 26 de outubro de 2013
F5
As mãos à cabeça
A testa na mesa
E os dedos marcando no pulso
O ritmo da aflição
“A internet caiu”
Disseram-lhe
E ele bufou
Que dessem notícias novas
Que disso sabia há nanossegundos
Foi até a janela
A manhã estalava de fresca
Precisou semicerrar os olhos
Forçado pelo esplendor do dia.
Tanta coisa lá fora
Porram
Tanto o que fazer...
Poderia ir até o centro comprar churros
Surfar no teto de um ônibus
Conversar com alguns velhinhos na praça.
Só exemplos
Havia perspectivas
Ok.
Mas ele não queria nada daquilo.
Voltou ao computador
Teclou F5
E a internet havia voltado.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Soneto do meu amor pra sempre
Há um amor, um amor que me é tanto
Há um coração, uma vida a qual me atento
E dentro de mim, há de ser sempre contento
Uma eterna poesia, linda, a cura para o meu pranto
Eis que me é finda ternura, um contentamento
Uma delicadeza, sentimento fiel sob terno manto
Um amor que me deduz, sem segredo, com encanto
Perene existência, que ilumina, finda com o sofrimento
Em mim ele é livre, e na alma vive sereno
Meu amor é pra sempre, meu mais belo efeito
Com singeleza, (este amor) me aceita num lindo aceno
E finda; permanece; no meu coração é o eleito
A poética que, eterna, seduz o meu ser
Meu amor é o que me dá forças pra (sobre)viver
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Hefesto/Vulcano/
Era
um deus, no entanto.
Porém,
não o poupavam. “Coxo Coxo
Coxo”
sussurravam
pelas ruas.
Nos
inferninhos e na boca do lixo
o
consenso era geral:
“feio
como um beliscão no cu”
“a
própria mãe reconhece a merda que fez”
&
demais despautérios.
Entre
os seus, em língua grega
– ou
naquela que lá se fala
&
tampouco compreendemos –
a
fama de corno corria aos quatro cantos:
“vencido
por um amor de espuma”
“enfeitiçado
pelos olhos de cigana oblíqua...”
&
coisas do tipo.
Distraído,
no cômodo do fundo,
iluminado
pelo fogo da fornalha
ele
nada ouvia
senão
o som do martelo malhando o metal.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Fundo do baú
imagem: Tejkou
Sou um brinquedo quebrado
não posso mais brincar...
encostado num canto frio
com os olhos borrados
não tenho dono
nem surpresas a revelar.
Não funciono mais
e nem me importo,
quero o fundo do baú,
a sombra de um boneco moderno.
Quebrei,
por dentro e por fora,
não pertenço a esse lugar
e não posso mais alegrar ninguém.
Nem a mim...
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Ampulheta
Trago em mim a areia e o vento
Flávia Amaro
*Poema publicado originalmente no blog Imaginação Orgânica em 16/04/13.
o pau e a pedra- o sedimento
tenho a velocidade da queda
entre liames e ditames
comunhão de polaridades
mensuro o ritmo do mundo
na duração que escorre
das balizas do tempo
arranjo entre arcaicos arquétipos
o equilíbrio oculto
entre a noite solar e o dia lunar
estrela errante que irradia rumores das rupturas
na transitividade da eterna espera
no firmamento limite de envergaduras extremas
meu anima consola meu animus
num cosmos interno
com suas centelhas vibrantes de luz
conduzindo rumo à imaginação- o fragmento
Entre anjos e arcanjos
áureos altares de bênçãos ancestrais
onde andrógenos insones
buscam nostálgicos pelo equilíbrio
passível de se despertar
no regresso à unidade
na efemeridade do traço
na jubilar conexãoFlávia Amaro
*Poema publicado originalmente no blog Imaginação Orgânica em 16/04/13.
sábado, 12 de outubro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Soma
ela na frente (na beleza) / ele no fundo (do olhar)
ela na frente (no desejo) / ele no fundo (da alma)
ela convite / ele aceite
ela movendo / ele sinônimo
ele subindo / ela antônimo
ela / ele
el(e)la
os dois
Joakim Antonio
Imagem: Juan And Grace by sim4nee
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Éramos uma patota de artistas
Éramos uma patota de artistas:
gênios incompreendidos – tão certos e presunçosos
em renovarmos a cultura de nossos dias.
Éramos uma patota de artistas:
gênios estetas – egos inflados e almas inflamadas de
soberbia.
Como balões cheios de hidrogênio indo às alturas
explodíamos ao primeiro sinal de pressões externas.
Éramos uma patota de artistas:
gênios abençoados por deuses e fidalgos –
tão certos da necessidade de nossa arte no mundo.
E fomos compondo
E fomos pintando
E fomos escrevendo poesia
E fomos contando histórias
E fomos dançando
Cada um distribuindo a arte que mais lhe apetecia.
Éramos uma patota de artistas:
gênios inúteis numa maquinaria de enlatados e apostasias.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
acefalia lancinante
o amor híbrido
perdoa-me
as asas
visão turva
desse riste
retirante
vínculo
que insiste
abandonar
ninhos
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