Lagartixa Morta - foto de Rafael Nolli |
O
poeta mente quando diz
colhida
nos verdejantes jardins
da vida .
O
amor, deveria ele dizer ,
é
o ato de desespero
no
qual o homem se agarra,
é
o chão que o suicida deseja –
é
o porto seguro onde se ancora
e
mente duplamente
quando afirma que Deus
nos
fez para amarmos uns aos outros .
O
amor, deveria ele dizer,
é
a boia pela qual o afogado anseia,
e
mais água
em sua
ânsia de boiar
–
acima,
um pouco
de céu sem
fundo
abaixo,
um universo de barro e lodo .
* do livro Comerciais de Metralhadora
8 comentários:
De portas fechadas ao idealismo!... Isso é poesia do nosso tempo.
Gostei muito do seu poema Rafael!
Abraço.
Rafael, gostaria de publicar seu poema no blog "Prosa de Sísifo". Confere-lá, se gostar dê um ok!
http://prosadesisifo.blogspot.com/
concordo tanto....
ando boiando mto por aqui
E há tanta dor, por!
Parabéns Nolli, um tiro certeiro.
Sô Rafael, está publicado!
Valeu pela doação!
Abraço!
Quanta verdade! Eu até me afoguei.
Eu diria que é por pensar e entender (e viver?) o amor deste modo que o mundo está como está: se arruinando!...
Amor é ternura, é afeição, delicadeza entre os seres (de todos os tipos, não apenas humanos).
Sem este sentimento, é que se afoga, principalmente no desespero, na solidão, na amargura, quando a vida é desprovida de ternura.
Diria ainda que o amor pode ser o barco que nos leva, ou a vela, ou o vento: amor é cio, sim, mas também flor, também sôpro, também movimento!...
Abraços alados.
forte, como a maioria das coisas que escreve!
abre-me olhos ler-te!
beijo!
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