Fossem
malabares
dançaria
faixas alternadasgrafismo menina multicor
a pipanoar pelos ares
deboche de meias listradas
faísca frufru sapatilha
Só ilha de vida no asfalto
Fosse
do alto
desceria
em feixesdesfiaria em panos
a apologia do deslize
e da perícia
que dissimula o esforço
e fixa a beleza fugidia
até no escorço improvável
Fosse
calibrável
o
senso por um fiona trama dos olhares
que pleiteiam o mergulho
secando a linha reta
deixaria a perna bamba
de tanta corda e tanto fôlego
a desfiar a malha
Se não me falha
a percepção desgastada
existem outras modalidades
Não nomeio as peripécias todas
que mantém o espetáculo
de viver no encalço
do auge e da surpresa
Só
tenho a certeza
de
me chacoalhara vibração sonora
dum festival de risos
enquanto equilibro
na graça dos mímicos
meu nariz ridículo
híbrido palhaço
sobre o monociclo
a gritar com as mãos
a tragicomédia
dos amores vãos
Lábios
encerados
num
esgar carmimcedem a palavra
aos movimentos táticos
que calam bem fundo
a malfadada sina de ser arlequim
quando já fomos mágicos
Iriene Borges
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