A paz dos cemitérios é perene, definitiva,
imorredoura
Seus muros, fronteira entre o ser e o não ser,
são apenas contornados pelos furacões
e protegem as terras inférteis,
ignoradas pelos ditadores
por só produzirem lembranças
Repare: não há apenas solidão e silêncio
Mas também trégua
Pelos cemitérios não há alegria.
Também não há batalhas,
desespero
cansaço
fome
Pois a morte já levou tudo
a dor
a dúvida
Não duvides:
por vezes, os mortos somos nós.
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