Flecha astral fenômeno fascinante
I
Meu eterno agora se revelou
no instante do reconhecimento anímico
me permito prever pertencimentos
no desdobrar de ancestrais vertigens
nos viscerais humores que alimentam o ventos
nuvem branca de sonho e alento
a alegria vespertina dança à luz de flores estrelares
numa genuína elegia de vibrações etéreas espontâneas
II
Nossos mitos místicos nos revelaram
corpos pagãos na entrega absoluta da carne
do carma, na cama mundana
à consagração ritual da busca imanente
do primitivo amor holístico essencial
III
Minha arcaica natureza te reverencia com todos os poros de uma corporalidade em intensa manifestação. Nossos êxtases extratemporais nos transportaram para o aqui inamovível
e ainda posso
verter-te na brisa do sul que sopra das montanhas
e sinto-te inteiro
IV
Noites espirituais
queimando feito chama de carvalho aromática
tambores, guizos e assovios no ouvido e o arrepio de verdade
Xamã azul
Ebulição de constelações em transe
e quando o pulso primitivo suspende feito lança
certeira de ponta firme
ascende minhas forças guturais de natural transcendência
me sinto e me significo
V
Vapores elevados me guiam
no canto da terra, da água, do vento
e do fogo eterno das flores
nas dimensões imantadas que sobrepõe desejos
nos sobrenaturais queres das correntes benfazejas
que simplesmente seguem traçados astrais firmados no pensamento
das nuvens e das estrelas vivas
e vivificadas na intuição da alma leve e aberta em expansão
fruto dos cósmicos devires
Flávia Amaro
Flávia Amaro
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