segunda-feira, 19 de setembro de 2011

dos egos

outro dia, dois amigos, um escritor e um músico, discutiam na mesa do café.


não, não é piada, aconteceu mesmo, e eu resolvi compartilhar porque isso não me saiu da cabeça.

o escritor dizia ao músico que ele tinha que compôr coisas originais, dele, sabe.

porque tocar cover em baladinha é coisa de moleque, e que, por isso, não o considerava um artista, mas nada pessoal.

o músico ricocheteou violento nas paredes, dizendo que era artista sim, porque dava diversão e emoção aos passantes e frequentadores de seus empregos noturnos, além do que, perpetuava a música.

o escritor disse, então: ok, então eu vou lançar um livro cheio de poesias do vinícius e do quintana, vou assinar no meu nome e dizer que é um livro cover, e que, portanto, sou artista, porque perpetuo a arte batendo punheta com o pau dos outros?

desnecessário tudo isso, não acham? hoje os dois nem são mais amigos. e eu ainda não sei o que pensar.

5 comentários:

Danilo Toli disse...

The must!

Glauber Vieira disse...

Entendo a posição do escritor, mas, no caso do músico, há formas diferentes de se cantar uma música, a voz de cada um é diferente. Ele poderia lançar um disco com canções de outra pessoas sem problemas.

No caso do poeta, a linguagem escrita é imutável, não daria pra ele publicar um livro com poesias de outras pessoas.

Agora, se ele fosse lançar um CD recitando as poesias, aí seria outra história...

Daniel disse...

Todo cover de música é uma releitura da mesma.

A coisa mais parecida com um cover de música que o escritor pode fazer é pegar uma história de outro escritor e reescrevê-la.

É como o Glauber aí de cima falou...

L. Rafael Nolli disse...

Um embate e tento. Sem querer me comprometer, já sei claramente do lado de quem eu ficaria! rs*

Graça Carpes disse...

Oh... Esse escritor esqueceu da honra de emprestar sua voz à PALAVRA, que, com simplicidade Vinícius e Quintana emprestam a todos nós... Acontece.