I
sobre os lábios do lago onde minha barba cresce
jogo o anzol para cima
e pesco um peixe de escamas que afogam as águas
à altura dos pinheiros, onde se indica a poda das praias
apóio-me e subo
galgando luzes de pêlos com tonalidades diferentes
até contemplar o olho da Terra
onde a alma humana, escondida, encontra sua profundidade
II
não se iluda:
ao olhar para o mundo de longe, calce a vista com as mãos
proteja os olhos dos seus relâmpagos
os seres que lá habitam possuem a pureza e a imperfeição do vidro
apanhe um e verá que é transparente
apanhe uma porção, terá tonalidades de verde e azul, formando um globo
III
venderam Deus no mercado
trocaram por ricas misérias
agora possuem uma nota de dólar na bolsa
e contam dinheiro como quem reza as contas de um terço
IV
o espírito do homem ainda é a voz do planeta.
* Menção Especial no Júri do II Concurso de Poesia na Biblioteca (Condeixa-a-Nova, Portugal)
http://concursos-literarios.blogspot.com.br/2012/03/resultado-ii-concurso-de-poesia-na.html
Um comentário:
NA GELATINA
arde o caracol
incendiado
pela velocidade
o visco prende
silêncio e noite
ancoram navios
R
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