Capa do livro Elefante (Editora: Coletivo Anfisbena, 2012) |
Quebra-cabeça
1
Com Super Bonder®
por de pé o esqueleto da ave:
ofício repleto de ócio –
horas sobre ossos ocos
roídos por secreta mágoa
(o ar e o uso)
Silêncio do bico desgastado pelo canto
O formol roubou o brilho das penas
Largo gesto de asas, premeditado
O olho olha a parede e não vê
Mente quem diz: parece vivo
2
Palavra por palavra
para por de pé o poema:
bateia roendo o leito do rio
(o anel & o piercing
– de amores extintos –
resgatados para brilharem
– again and again –
sobre uma luz cada vez mais fraca)
Palavra por palavra
para por de pé o poema:
broca em busca da cárie
3
Nada de novo no front
as palavras de sempre
sobre nova maquiagem
como mulher de revista pornô
: punheta para photoshop
Nada de novo no front
o poeta se gabando por
descobrir terra já cartografada –
habitada por centenas
milhares de babacas
2 comentários:
Assim, feito toque...
Pode ser o diagnóstico dos poetas...
Sempre muito genial, sua poética.
;)
sua escrita sempre me toca, muito bom...
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