sábado, 8 de maio de 2010

Sopro - o poema sem fim...


Um índio morre queimado,
indefeso, dormindo.
Descaso.
Morreu.
Problema de exclusão!

Trinta morrem na igreja
de deus, do Quênia.
Peleja.
Morreram.
Problema de uma nação!

Os pais mortos a paulada
ganância, barbárie,
facada.
Morreram.
Problema de educação.

Um menino arrastado,
pela rua, para a morte.
Pecado.
Morreu.
Problema de alienação.

Uma bela arremessada
da janela, pelos ares
Judiada.
Morreu.
Problema de degradação.

Dois irmãos esquartejados
Deus do céu que
desgraçados!
Morreram.
Problema de legislação

Morrem homens todo dia
que somam-se aos índices.
Ironia.
Morreram.
Problema de coração.

2 comentários:

Glauber Vieira disse...

Muito bom, extremamente atual.

Paola Vannucci disse...

Um doa poemas mais realistas que já li, inteligentemente bem dita as palavras.

Parabéns

Beijos Paola