sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Imagem Semelhança?
(pais e filhos)
Quando criança
Na ciranda de roda
Mamãe ralhava comigo
- Boneca não é brinquedo de homem!
Papai em seus ombros largos
Braços longos
Dedos fortes
Coxas grossas
Ventre cedido
Barriga disposta
Cabeça ereta e altivo
Nada se parecia comigo
Sequer aquela mulher furtiva
- Menino olhe para frente
Joãozinho não mostre o umbigo
Porte-se direito
Não curve as costas
Não mostre o dedo
Saliente o peito
Diminua o riso
Não perca a hora
Desfaça o joelho
Engrosse a fala
Ande com calma
Modos de mocinho
Automatizo meus atos
Inclinado a não querer
Decidindo o já disposto
Proeminente a contendas
Disritmizo o meu gozo
Automatismo dos hábitos:
- Não soo avant-garde por querer!
Poema de Túlio Henrique Pereira publicado originalmente no livro Antologia Amante das Leituras 2010 - Coimbra, coordenado por Ana Maria Gomes e Júlio A. B. Fernandes
2 comentários:
Linda poesia Túlio. A pior prisão que alguém pode viver, é a que está dentro de si mesmo.
abs
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