segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fagulhas



A água de uma poça evapora lentamente
Esvai-se a cada marcha abrupta que faz centelhas
Nenhuma outra pessoa as vê como vejo
Insprando a mente num galgar de ideias
Fazendo-me esquecer de lembrar você

Os gravetos na fogueira lentamente se queimam
Esvai-se a cada assopro de vento que faz centelhas
Nenhuma outra pessoa as vê como vejo
Inspirando - pequenas almas flutuando pelo ar
- as fagulhas
Como sonhos leves que galgam
e galgam até se apagarem
Lentamente...

Seu corpo cansado ao repouso da cama
Simplesmente
Enquanto ao observá-lo busco parâmetros
Um paradoxo para justificar minha alegria em te ver
Porque nenhuma outra pesoa o vê como vejo
Conspirando ao inspirar-me, pressupondo-se do seu riso
Falso riso

Das poucas vezes em que me abraçou e se oferta

Embora previsível, de tudo que oferece, vem isso:
Fagulhas que galgam...
Momentos...


Poema de Túlio Henrique Pereira publicado originalmente no livro O Observador do Mundo Finito - São Paulo, Scortecci Editora, 2008.

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