Descobri que o nosso tempo é invenção
e que existe um outro tempo:
O tempo da folha, o tempo da manga, o tempo do moinho
...
Suavemente de um galho a folha se desprende e
caí
delicadamente até o chão
em movimentos de zigue zague e zangão
uma manga despenca com velocidade diferente
trombada cadente e se esborracha como tinta dourada, ou
amarelo limão
e o moinho roda
roda sem hora marcada,
conforme a toada da
vazão d’água
que desce morosa no
leito espelhado do rio
e devagar as sombras cobrem com suas copas derradeiras
aquela água passada tal como Heráclito de Éfeso
não importa, não descobri nenhum segredo
quem vive o agora é feliz
quem vive o passado, arraigado
e quem vive o futuro, aprendiz.
Um comentário:
Bela poesia. Especialmente a descrição do tempo da folha, da manga, do moinho...
Postar um comentário