Nem com toda transcendência
se preenche
rabo de olho e raio de alcance
e numa gradação permissiva
os encaixes não se dão completamente
e tudo fica projetado
como escudo, adorno ou extensão parasita
de letárgica entrega sangue suga
numa morosidade de mosca que passeia na perna
e onde qualquer ato abrupto assusta espantando
todo sopro ou arrepio
era necessário virar uma estátua de vigília
espanta alho de vampiro
espelho falho
funil de luzes e sombras
redemoinho
para que a cada segundo de eternidade
uma lembrança inteligível
resguardasse
selvagem
no meu tino sensível
e me guiasse no escuro
ainda que em desatino
para a fonte luminosa de todos os poros
holísticos.
Um comentário:
"a cada segundo de eternidade"
Muito bonito.
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