sábado, 26 de maio de 2012

Barquinhos de papel

Papai foi pra roça. Mamãe, passear. Pedrinho, não. Ficou em casa, sozinho. Seus carrinhos, os de sempre, já não chamavam a atenção. Tampouco havia guloseimas a serem roubadas na geladeira. 

Por sorte, naquela manhã, o menino havia aprendido a fazer barquinhos de papel na escola. Sem muitas opções, foi até a privada e a transformou em um oceano. Em instantes, piratas e marinheiros invadiram o ambiente. Descargas sugavam as pequenas embarcações, qual implacáveis redemoinhos. Pedrinho ria, uma risada que nem precisaria ser ampliada pela acústica do banheiro. 

Então, os barcos sumiram. A descarga parou. E o Papai, que voltou da roça, não gostou da privada entupida. Xingou. Brigou. Bateu.

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