Papai foi pra roça. Mamãe, passear. Pedrinho, não. Ficou em casa,
sozinho. Seus carrinhos, os de sempre, já não chamavam a atenção.
Tampouco havia guloseimas a serem roubadas na geladeira.
Por sorte,
naquela manhã, o menino havia aprendido a fazer barquinhos de papel na
escola. Sem muitas opções, foi até a privada e a transformou em um oceano. Em instantes, piratas e marinheiros invadiram o ambiente. Descargas sugavam as
pequenas embarcações, qual implacáveis redemoinhos. Pedrinho ria, uma
risada que nem precisaria ser ampliada pela acústica do banheiro.
Então, os barcos sumiram. A descarga parou. E o Papai, que voltou da roça,
não gostou da privada entupida. Xingou. Brigou. Bateu.
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