Comprou pães e morreu. Simples assim. Nada com a pompa de uma ópera.
Entrou na padaria, escolheu pães mais clarinhos, chegou a ter na língua seu sabor milenar, depois voltou à calçada, sentiu uma dor do lado e morreu amparado por um desconhecido.
Aquele senhor disse que ainda era bem jovem, aquela moça suspirou que era um homem bonito.
No fim a rua apagou a imagem: o óbito foi esquecido pela dureza do asfalto, alguém levou a sacola com pãezinhos.
(Sérgio Bernardo)
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