sábado, 30 de novembro de 2013

(O)


Onde o som bate as palavras no interior do ouvido interno, é o que ouvimos enquanto lemos. Mesmo sem ler ou escrever com som, escrever é uma extensão de o ser: interior de (o) ser, interior do ser, interior ao ser. Seja, disse.
Fazer – Dezembro
(O) – Novembro
Caso – Outubro
Mistura – Setembro
Dogma – Agosto

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

é preciso desaprender a viver 
Resta-lhe pouco tempo para tudo. Resta-lhe pouco tempo para quase tudo. Resta-lhe pouco tempo para nada. Resta-lhe pouco tempo. Não resta mais. Acabou.

MENINO! TIRE A MÃO DO SOL!


terça-feira, 26 de novembro de 2013

sábado, 23 de novembro de 2013

Acidente

imagem: camerART 

Morreu gente
morreu gente no acidente
gente olhando
comentando
uns filmando 
outros rezando
o resgate trabalhando
enquanto a gente observa
o que foi um veículo
o que foi gente
o que foi.
Todo dia morre gente.
O resgate é rápido
a morte é imediata
e a dor é certa
da gente que fica olhando
da gente que fica.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Povo das sombras


O povo das sombras aparece sempre no mesmo horário, junto com as sombras, assim que o sol nasce. Sempre muito cedo, ainda na madrugada, mas, aparentemente, sem nenhuma ajuda de qualquer deus.
Preparam seu café antes de você acordar, limpam o escritório antes de você chegar, colocam o ônibus para rodar antes de você se aglomerar ao congestionamento... Ligam os motores e preparam a cidade para você só chegar e sentar na janelinha, exigindo serviço de bordo.
E você nem ao menos os enxerga, faz questão de desviar o olhar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Aprendizado


Aprenda menino
faça direito
há um bom futuro
num curso que dê dinheiro

Aprenda menino
dê a mão a palmatória
foi assim que seus avós
escreveram nossa história

Aprenda menino
tire sempre altas notas
há uma cinta na vermelha
abraços e sorrisos na cola

Aprenda menino
nós construímos esse mundo
faça só o que queremos
que você herdará tudo


Joakim Antonio



sexta-feira, 1 de novembro de 2013


musa morta




ele finge para não delatar-se
e sob a musa seminua
o carrasco impera
como quem sente mais
que deveras sente
sustenta o soluço
quase não