quarta-feira, 1 de setembro de 2010
















Caia a noite!
Caia sobre as colchas de quem dorme
Permeie os sonhos com o albor onírico,
Com prazer eterno
Num sonho efêmero,
O gozo veneno
Num corpo moreno
Ao som dos cantos sacros
Oh, negro véu que arrebata
As últimas gotas de sol
No horizonte,
Caia sobre os ombros de quem ainda
Está de pé,
Caia sobre os seios da mais
Linda mulher,
E faça com que seu êxtase
Seja infinito,
Como o imenso Universo sombrio
Que envolve a vida e a morte
Num laço ínfimo e eterno
Noite da vida,
Na vida de morte.
Manhã que tarda,
Manhã que não vem,
Noite caída nas coxas medidas
Nos sonhos obscenos
Segura nos ombros serenos
Descansa, em seios incandescentes.

3 comentários:

João A. Quadrado disse...

[preparam-se as tintas que haverão de colorir o dia, arrumam-se as letras, bagagem o atravessar, acontece, dentro, o poema]

um imenso abraço, Larissa

Leonardo B.

AC disse...

A palavra cúmplice do sentir, do desejo...

Beijo :)

L. Rafael Nolli disse...

Larissa, que belo poema esse. Tem o seu tom existencialista aliado a uma sensualidade irresistível! Muito bom!

"Como o imenso Universo sombrio
Que envolve a vida e a morte
Num laço ínfimo e eterno"...