sábado, 12 de novembro de 2016

Pontinhos


Durante a noite, na praia, viu as luzes dos barcos em alto mar, isolados. Pensou em quão triste seria viver dessa maneira, passar o dia no mar, trabalhando, e à noite virar um pontinho em meio a outros pontinhos perdidos na escuridão.
No caminho de volta para a cidade, reparou nos pontinhos, todos empilhados, mas, ainda assim, isolados.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Benção


Às vezes a gente faz planos e coloca no papel. Eu tenho um jeito esquisito de fazer, eu falo pro céu. Não aquele céu bonitinho das historinhas da igreja. Eu falo pro ar, eu canto pra terra. Eu sopro as palavras pra irem pros ouvidos certos. Pode ser até esquizofrenia, mas eu falo com a poesia, minha madrinha escondida, minha deusa, minha criadora vinda do infinito. E tudo que eu pedi nunca me foi negado e eu nem sabia que era ela. Mas às vezes parece um teste, daqueles que você se pergunta que lição você não aprendeu. Qual matéria repetiu e o porquê. Não posso reclamar de falta e faz pouco tempo que aprendi, com ela mesma, que eu devia aprender a pedir. Essa semana eu pedi, como ela me ensinou, pronunciando aos quatro cantos do mundo, pedindo pra buscar. Veio como poema, apareceu como amigos, sorrisos, pessoas bonitas por dentro, trouxe algo além do que eu previ. Então nesse momento, só tenho outro pedir. 

Poesia, sua benção! 

Joakim Antonio 

(poeta nas hora vagas, amor nas horas cheias)


Imagem: Feel the rain on your skin by Incredi

terça-feira, 1 de novembro de 2016

ventilador

nada rompia o silêncio
integrado ao ar
que vinha de fora
quase tudo era manso
quando não ranço