segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MISTURA

Misturar Dogma Fazer Caso, num único caso abrangente, dá à abrangência uma margem larga e dinâmica, praia onde Terra e Mar se encontram, "na espuma dos dias".
Fazer – Dezembro
(O) – Novembro
Caso – Outubro
Mistura – Setembro
Dogma – Agosto

sábado, 28 de setembro de 2013


é algo verdadeiramente esquisito o que me ocorre. uma deselegância grosseira, uma raiva sem cor, um tudo opaco. uma aceitação do que me faz ter ódio. uma vontade de gritar e cuspir. são essas as horas em que experimento verdadeiramente um sentimento supremo contra tudo e todos. uma necessidade de perder a alma, a postura, uma aversão contra tudo o que represento, uma agonia de desentranhar um estouro...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Da chuva

Lá fora, a água cai indiferente ao tédio que causa. Gosto de ver, pela janela, como a chuva deixa a paisagem turva. E de adivinhar o caminho das gotas que deslizam pelo vidro.


Quando mais jovem, costumava correr nos dias chuvosos. Então, eu aprendi a ter medo de resfriado.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Poemas

Uma série de poemas na Revista Diversos Afins:
Ave Elefante Aepyornis Maximus 

http://diversosafins.com.br/?p=5622

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ambivalência

imagem: tangytamarind

Também tenho meus segredos
e uma vontade de estar sempre
em outro lugar

onde essa ausência silenciosa
não ocupe todos os meus espaços.

Também tenho alguns desejos
e o sonho de repousar
num canto em branco e preto

onde não haja sorrisos furtivos
iluminando meus piores dias.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Espetáculo


A noite de estreia é um espetáculo, mágico, incomparável.
As noites seguintes já não têm o mesmo encanto. Os sorrisos já não são mais os mesmos.
Algum tempo depois, ela junta as tralhas e toma outros rumos, paixão itinerante.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Kaos



Escrevendo sem postar, 
posts On-demand, 
escritos Off-road;

palavras [presas] 
em folhas 
s   o   l   t   a   s 

não há mais 
O   D 
r  e  M

Mas poesia, 
também é caos.


Joakim Antonio






Imagem: Caos by Agnes Cecile

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A MORTE ME VISITA

Um morto
com aqueles olhos sem horizonte
iguais aos das bonecas
não pede nada

Aceita as missas que mandam rezar:
nele não há mais dúvidas nem certezas

A um morto
não interessa se comemos
o que fotografamos
nem se teremos o cuidado de alguém
perto de estarmos como ele:
mortos

Um morto
(lhe foi tirada a propriedade de pagar)
não nos deve nada


[Sérgio Bernardo Correa, poema inédito em livro]

domingo, 1 de setembro de 2013

o Narciso e a estrela




reflito-me no lago
como se Narciso fosse
e fossilizada nesse
brilho reflito fria
nada pulsante, vago

ele lambe e beija
sua própria luz
refletida em eco
mal me vê perdida

sob o derradeiro
feixe declara-se
ao seu reflexo
iluminado e cego

quantas noites sem lua
estarei no lago
à espera de um único
e lascivo olhar?