«Quando conto as minhas viagens, embora não compreenda, há
um encantamento em seus olhos.»
Será que você compreende o encantamento? Compreende! Ele
também compreende, o que o encanta, mais do que a você. Com «embora não
compreenda» deixa-nos, enquanto leitores, perante uma incompreensão. A qual
aceito tenha, não compreende o que seu pai compreende e o encanta. Compreenda,
meu comentário é a preparação para meu próximo testamento, vou então escrever…
Mina:
BOAS HISTÓRIAS
Para meu pai, sem anos feitos, deixo depois de ter sido,
tudo que fui. Foi que não lhe adiantará de muito, assim sendo, fica a saber o
que perde. A minha colecção de memórias arquivadas de A a Z e de z a a… Como as
poderia aceder é fácil, ido para a Eternidade ficaria a sonhar as letras em
combinações infinitas, com suas fintas e remates: golooo… Glorioso destino me
dou: - Boas histórias, meu Pai.
Grande texto o seu, com a ressalva feita. Desnecessário mostrar
o que não mostra, convencer sem convencer. Com «embora não compreenda» teria de
vir, deveria vir, algo que compreendêssemos: algo que seu pai (personagem passivo
na narração) não compreendesse. O encantamento é a compreensão total! Abraço.