sábado, 29 de dezembro de 2007

Passagem


Passagem


A música é um elemento fundamental a minha sobrevivência... (ok! Podem me acusar de exagerado, podem dizer que isso é coisa de uma pessoa infantil, imatura, fútil... etc... blábláblá), contanto, continuo afirmando que a música é essencial a minha sobrevivência, pelo menos convivência com os outros seres humanos, inclusive os que não conseguem ouvir nenhum tipo de música, porque dá dor de cabeça, porque não se sentem bem, porque acham melhor estar acompanhados de aspirinas, conversas enfadonhas, piadas repetidas e controle-remoto de televisão.
Às vezes ouço uma música milhares de vezes e, um belo dia, percebo um verso que pára, congela, me absorve. E intuo que música às vezes se fantasia de poesia. “O passado é uma roupa que não nos serve mais” a frase de Belchior tem um significado que é inteligível e que qualquer um pode inferir, se o passado é uma roupa que não nos serve mais, não vamos desmanchar bainhas, não vamos alongar o que já foi usado e que teve a sua importância no seu tempo devido. Despojar-se do passado é necessário. Pegar as roupas antigas e lavar, usar o melhor amaciante, o mais perfumado..., estender com cuidado no varal, porque roupas antigas precisam respirar ar puro; tirar o mofo e acomodar em um local onde possam servir de arquivo... Colocar junto com aquelas imagens antigas, aquelas de cabelo black power, de costeletas, aquelas que você estava constrangido, que se achava feio... é necessário. É necessário reutilizar as impressões, e o melhor lugar para guardar isso tudo é a memória.
Foi ouvindo Belchior cantando, “o passado é uma roupa que não nos serve mais” que comecei a pensar: vivemos pelo avesso. Teoricamente valorizamos a beleza interior, a cultura, o conhecimento, e nada disso é palpável, contanto, quando temos a oportunidade de fazer escolhas, escolhemos as coisas mais bonitas no seu sentindo mais objetivo de beleza, ou seja, preferimos criar um coelho que um sapo, porque instintivamente a nossa natureza tende a querer o belo, mas falar sobre beleza é complicado, porque quem imprime valores aos objetos são homens. Por isso caminhamos cheios de impressões de tudo, influenciando e sendo influenciados.
O passado é uma roupa que não nos serve mais porque o passado cai de moda e como bem diz Kant: “É melhor ser louco na moda do que fora dela”. Em nome da moda, em nome das roupas que não nos servem mais é que devemos usá-las pelo avesso. Temos que dar cara nova aos modelos antigos, deixar pra trás o que deu errado, se desapegar das antigas histórias e contar histórias novas, com um delicioso cheiro de futuro, de presente, de agora. Mas, ops! Isso inclui reler obras antigas, ouvir músicas que fazem parte da nossa história, visitar velhos amigos..., pois são roupas que vestimos pelo avesso de nós. Os clássicos não caem de moda, todos eles têm algo de essencial, algo perene. Os amigos, esses mudam, de humor, de cidade, de esposa, de amigos..., mas, ainda assim, há no avesso de nós os frutos de uma amizade sincera, de um gesto sincero. Desejo que o ano novo traga novas oportunidades. Oportunidade de vivenciar o novo, de errar de novo, de acertar os desacertos, oportunidade de experimentar. Não podemos deixar o próximo ano passar em branco, vamos escrever uma historinha para o futuro. Paz!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Meta Linguagem



Meta linguagem

na boca sem língua
na língua lépida
na mente com íngua
na palavra tépida

Meta linguagem

na prosa verborrágica
na letargia cíclica
na poesia hemorrágica
na vanguarda tísica

Meta linguagem

na crítica estúpida
na frase esdrúxula
na visão insípida
na vertente pústula

Meta linguagem

no velho panegírico
na sagrada epístola
no pensar raquítico
na cultuada fístula

Meta linguagem

no túnel hermético
no exegeta fétido
no destempero léxico
no escritor intrépido

Meta linguagem

na douta arrogância
no inútil semanário
na editorial ganância
no "rectu" literário

Carlos Cruz - 23/12/2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Oração

XIV
26/12/03

... nessa manhã amena, a felicidade está no trabalho que escraviza; o orgulho, na marmita cheia; porém possível apenas por duas breves horas de descanso e piada: arroz, feijão e quem sabe um bife...

... nessa manhã amena, Cristo está no estômago, fermentando em meio à hóstia mastigada ontem; amanhã, estará ele rodando no córrego do matadouro, em um curso que, dificilmente, encontrará o mar...

... nessa manhã amena, com ordem de supervisor, enxada, arroz com feijão, dai-nos sempre, senhores, essas duas boas horas de descanso e arroz com feijão, amém...


*

domingo, 23 de dezembro de 2007

Extravios



Juliana Ferraz


Eu te agradeço por esse afastamento lento e gradual e pela viagem interrompida por seus perpétuos atrasos causados pelo medo de tirar os pés do chão. Agora, a cada dia eu preciso de uma roupa nova desde que minhas malas foram extraviadas para sempre com todo o nosso excesso de bagagem.

Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão tão previsível que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi.E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, pra realçar nossos vínculos.


Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor,

seja porque talvez

eu, veterana

enquanto

você ama-dor.
*
Marla de Queiroz

Um feliz e próspero Natal a todos...

Segundo o Informe da ONU sobre o Desenvolvimento, citado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, o conjunto da riqueza dos 358 maiores “bilionários globais” resulta no mesmo valor que a “renda somada dos 2,3 bilhões mais pobres (45% da população mundial)” (1999: 78).

Já Victor Keegan complementa que “se os 358 decidissem ficar cada um com US$ 5 milhões para se manter e distribuir o resto, praticamente dobrariam a renda anual de quase metade da população da Terra. E os porcos voariam.”

Um feliz e próspero Natal a todos...

Referências:

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as conseqüências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

KEEGAN, Victor. “Highway robbery by the super-rich”, The guadian, 22 de julho de 1996.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Pegadas

Pegadas na areia
Rastro do meu passado
Deixados no tempo
Grãos de areia espalhados
Contam minhas histórias sem fim

Pegadas na areia
Marcas da vida apagada pelos ventos,
Pelas águas dos mares
Para levar distante
Tudo que existe dentro de mim

domingo, 16 de dezembro de 2007

Natal Brasileiro

Atravesso as montanhas e chego a singela vila interiorana. Localizada a menos de uma centena de quilômetros da capital, a pequena cidade era o grande refúgio dos estressados habitantes da metrópole. Era uma estância hidromineral e suas águas eram procuradas para os mais diversos fins.
Era época de Natal, e minha intenção era justamente entregar presentes às crianças carentes do lugar. Embora a capital também estivesse repleta de pessoas nessas condições, queria aproveitar a ocasião para usufruir do clima e das belezas de Lagoa Funda.
Após hospedar-me em uma pousada no centro da cidade, fui passear pela praça principal, enfeitada de pinheiros decorados que contrastavam com os ipês e jacarandás nativos; milhares de bolinhas de isopor estavam espalhadas nos canteiros, a imitar flocos de neve. Pelas lojas, papais noéis sentados, à procura das crianças e, por tabela, dos pais que receberam o 13°. Próximas ao parque, charretes coloridas transportavam turistas, ávidos também para conhecerem as centenas de lojas de artesanato e lembrancinhas.
No dia seguinte à minha chegada, conheci um guia-mirim, Lucas. Como trouxera muitos presentes, resolvi lhe entregar um. Mas pensei em fazer isso na sua própria casa, até para conhecer melhor as pessoas e costumes do lugar. Combinamos que eu passaria lá no final da tarde, já que Lucas trabalharia durante o dia acompanhando os turistas. Por outro lado, eu também passaria o dia entregando os brinquedos em um orfanato.
No início da noite, entrei na tortuosa rua calçada de paralelepípedos; não estava tão bem conservada, certamente por estar localizada na periferia e não ser passagem freqüente de turistas. Achei a casa do garoto sem dificuldades: ele me esperava no portão.
Estava sozinho. A mãe rezava na igreja, o pai, ainda trabalhando, e os 3 irmãos na casa dos vizinhos, onde ele também estaria se não estivesse a minha espera.
Após entrar na casa e me sentar no sofá, abri a sacola e lhe dei o presente. Apesar da impetuosidade de seus 8 anos, abriu o pacote com cuidado (certamente para usar o papel de presente em outra oportunidade) e passou a admirar o boneco de um Papai Noel de pano, vestido com seu casaco vermelho e conduzindo o trenó com a ajuda das renas. O trenó possuía pequenos pacotinhos, como se fossem presentes.
“Renas, casaco de frio, trenó?” Deve ter pensado o garoto, num instante de reflexão que, confesso, nem eu, como adulto, tivera. Apesar da inconfundível simpatia desse símbolo, o Papai Noel naqueles trajes, com aqueles animais e conduzindo um trenó não parecia combinar com o que se via pelas ruas do nosso país.

— É bonito. — respondeu-me afinal — mas meu Papai Noel é outro.
— E qual é? — perguntei, espantado.
Ouvindo um barulho na rua, ele pegou-me pela mão e me puxou para fora da casa. Próximo ao portão, apontou-me alguém e me disse:
— É ele.
Era seu pai, vestido com uma surrada calça e camisa social meio aberta; conduzia uma colorida charrete de turistas, guiadas por dois cavalos sem raça definida. Na pequena carroça, algumas sacolas imitando presentes: na verdade, o alimento do dia.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Deflorando



Ei de deitar-me sob o coma líquido
Entregar-me aos artíficios da impureza
Ter o pecado posto sob a mesa
Estudar o imperfeito e o atormentado
Pegar a vida pelo rabo
E encolher seu sentimento comum

Vou sair vadiando com o infinito
Chutar o momento mais bonito
Porque sou filha do horror
matuto o comum
como se esplendoroso
faca sem serra
barulho estrondoso
da alma espatifando no chão
procurando por um vão
por onde escapar
da mácula e das chacinas
dessas meninas que me olham torto
como se eu fosse o moço
que as defloraram
(imagem:Magritte)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Pombos Carnívoros

Nestes tempos de Tsunamis o Correio Braziliense não publicou, acredito que por falta de espaço, a grande desgraça acontecida aqui na nossa casa. A revista Veja, conforme fonte segura, já está com seus repórteres preparando uma grande matéria e procurando a causa da mutação. Columbófilos consultados disseram que já houve antecedentes tanto numa praça de Versalhes, Paris, quanto em Washington, no Capitólio. O motivo da mutação, ainda conforme o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Pombas – ABCP, José Carlos Paloma Filho, é a proximidade com o poder que transforma as delicadas aves em agressivas pombas carnívoras.
Atenciosamente,
Klotz
Brasília Urgente – Hoje de manhã, na Praça dos Três poderes, pombos carnívoros atacaram turistas. A primeira vítima foi uma menina de 5 anos, MDM, que ao oferecer milho aos símbolos da paz teve o dedo anular devorado pelas aves mutantes. Logo em seguida um turista, Severino Morais Silva de 56 anos, vindo do interior da Paraíba teve uma orelha decepada pelas feras voadoras. A imagem da turista estrangeira foi feita por fotógrafo amador pouco antes de Elisabeth Bourbon, 27 anos, ser devorada pelos 17 pombos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Uma coisa que adoro é sarro e que odeio é empáfia

Eu adorava pegar ônibus lotado quando tinha 11 anos. Me encaixava atrás de alguma boazuda e deixava o balanço da condução me levar às nuvens. Tirar um sarro era a diversão comum da molecada. Tive que parar assim que cresci (lá embaixo, entenda). Meu colégio usava como calça de uniforme um moleton, a excitação se tornou inconveniente.

O prazer pelo sarro, contudo, continuou, permitido então pelas meninas atrás da quadra de esportes. O moleton, bem fino e maleável, finalmente foi útil.

Os sarros alcançaram outros padrões. Descobri que importunar os desavisados com uma brincadeira bem pueril era quase tão gostoso quanto engatar o trenzinho nos ônibus.

- que time é teu?

- flamengo.

- hahaha, o flamengo te meteu....

Percebi que perder o amigo para não deixar escapar a piada era passível de reversão com sentidas desculpas ou, melhor, aceitando o contra-sarro.

- ...meteu nada. Bateu na trave e entrou no teu. Ahá!

Etimologicamente, sarro é o resíduo de vinho que permanece na garrafa. Chamam de fezes do vinho. Então, tirar um sarro é na verdade algo como “limpar a bosta”, ou eliminar o resquício de seriedade na situação.

Nestes dias após o rebaixamento do Corinthians à 2ª divisão, me impressionei com a solidariedade das outras torcidas aos sofridos “cadentes”, à exceção da prepotente e mal-humorada plebe flamenguista, que não aceitava os trotes mas agora se limita a limpar a bosta.

- Nessa SEGUNDA-feira expresso meu grande pesar, meu lasTIMÃO, com a ascensão do Corinthians à série B. Os novos patrocinadores corintianos terão trabalho: a RAY-O-VAC, para acender a lanterna; a PHILCO, para melhorar a imagem; a VOLKSWAGEN, para fazer um gol e, por último, a TOYOTA, para sair da lama.

- Pô! – Reclamou meu irmão, o corintiano mais doente que conheço.

- Então vamos rezar pelo ulTIMÃO. Peguem a bíblia em Coríntios 1 versículo 3.

- Chega! - Teve que rir. - Até na bíblia a gente tá perdendo.... queria ver se fosse com vocês...

- Somos a maior torcida do Brasil. - Gabou-se o flamenguista.

Não resisti e me meti:

- Schadenfreude! - Falei. Lê-se "chandenfroide". - É uma palavra alemã para a sensação de prazer que a desgraça alheia provoca. - Expliquei. - Em bom "brasileiro" quer dizer gozar com o pau dos outros.

O flamenguista não gostou. Como sempre, aliás. Eles só querem sentir-se superiores. Quando o time está na pior, a torcida desaparece. Basta, então, o Flamengo ganhar um jogo que se torna o melhor time do país para seus passionais torcedores. Depois criam títulos estapafúrdios como o "recorde de público" ou "patrimônio cultural" e dedicam-se a desmerecer as conquistas alheias, até inventando pentacampeonatos irreais, afinal, em 1987 o Spor foi o campeão pois o Flamengo amedrontou-se em disputar o quadrangular final com os times do outro módulo, a famigerada segunda divisão.

- Xandefroidis é o caralho! - Reagiu o flamenguista. - Vestimos o manto sagrado, seu feladaputa.

A agressividade não me espantou, é o principal recurso dos imbecis. Não me rendi, contudo:

- Teu manto, rubro de vergonha, cobre apenas a empáfia dos medíocre, afinal, o esporte não passa de um divertimento que vocês elevam à primeira grandeza em importância. – Cuspi o discurso de bate-pronto. Como ele não entendeu, resumi: - Pare de tirar sarro. Tua “brincadeira” já cresceu e tá inconveniente.

domingo, 9 de dezembro de 2007

DESCAMINHO

Lágrima rubra,
suba rosa
como o orvalho
fazendo a hora
voltar o tempo
como me lembro
e como um atalho
lírico e lento.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

RELÂMPAGO

...E se eu te dissesse
Aquilo que eu não pudesse ouvir?
Seria demasiadamente correto
Acreditar naquilo que não pudesse ver?
...E se eu te dissesse
Que a razão de tudo isso é você?
Esperaria a chuva derramar seu lamento sobre nós?
...Talvez você me dissesse
Que acreditar ou não, não faria sentido nenhum agora.
...Talvez você me dissesse: a vida é tão simples e os livros tão belos!
...E eu te dissesse: o mundo perde o sentido
Se a espera é infinita e o amor um relâmpago!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Estrelas Guias

Outrora os navegadores de mares ignotos
Guiavam-se pelas posições das estrelas
Para aportarem em conhecidos portos.

Na verdade,
Nunca importou se Netuno brincava
Com seu tridente como vassoura líquida,
E fornecia horrendas vagas
Às mais terríveis tempestades,
Ou se o mar calmo se mesclava
Como um quadro renascentista
No horizonte.

As estrelas sempre estavam no céu,
Como sarnas fixas
No corpo negro
Do Universo.

Imagino uns gregos
Retornando às suas cidades-estado,
Navegando bêbados
Pelo mar Egeu.

As estrelas parecendo rodas gigantes
Apontando caminhos desconhecidos
Para todos os lados.

E como navegação esquecida
Pelos deuses e por tudo,
Eles naufragando nos arrecifes do Recife
De Pernambuco.

André Espínola

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dialética

sou pedra que chora
sou vidro que estilhaça
meu sorriso canta,
enxugando lágrimas
nos cantos, poças
covas rasas de intenso pranto
mas inda há brilho no olhar...
mesmo que por vezes se apague
nos percalços do meu caminhar

intenso o frio por falta de afago
calor que arrefeça a alma
escrevo, calando grito
como que alimentando gemido
quero colo, quero afeto
mas faço-me discreto
e, friamente,
saio pela tangente
e se precisar, bato o martelo...

pois mesmo quando sou fraco
faço-me forte
assim eu sou
nada morno, nada pouco
ou tudo ou nada
sou Tese
sou Antítese
e por fim,
Síntese

CAROLINE SCHNEIDER

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Auto-bibliografia Ideal


Não me agrupo às inúmeras lajotas
Que ornamentam cômodos, suas facetas
Prefiro a natureza das maçanetas
Que dão a função de abrir às portas

Augusto Sapienza

domingo, 2 de dezembro de 2007

Já estão à venda!



Infernos Íntimos


Parte "She" da trilogia poética de Larissa Marques.


"Eis que o fenecimento nos encontra no exato momento em que nos encontramos conosco e/ou com a nossa consciência. A incompreensão dos dias e a certeza da morte nos revelam o nada que habita dentro de nossas cabeças: um cérebro ou uma alma? Continuaremos mal compreendidos até quando? Até revelarmos o que de mais íntimo existe em nós, mesmo estando conscientes de que toda a timidez e nudez sejam por si reveladas no cerne de tudo que externa a essência humana?"

Com capa de Aline Castro e prefácio de Túlio Henrique Pereira, Infernos Íntimos já está à venda!









O oco e o homem




A parte "He" da trilogia poética de Larissa Marques.


" O homem que se quer livre 'vomita Euclides da Cunha' é 'como se fosse o único a ver, a sentir, amar e perder'. Acha-se mito. E é onde se engana. Larissa é simbolista, modernista, dizem que Balzaquiana, mãe, afogada como ‘eu-poeta’ pela repetição em eco do comum das coisas - brasileira; todavia, consternada frente ao marasmo da existência, do mundo como embuste, do homem como um câncer, como máquina sensual (objeto de transcendência), prostituído, a poeta é precavida contra o ‘lirismo que não é libertação’. "
Com capa de Aline Castro e prefácio do acadêmico Muryel de Zoppa, O oco e o homem já está à venda!

Garanta os seus exemplares!