sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009




Cada passo é um impasse
Cada passo é passado

Muitos passos
Caminhada

Passo que impacienta é
Um passo que desanda
É tropeço

É Um desatento
Que se encantou

É um pulo
Um movimento mudo
Um pisar surdo

Cada passo é uma ação isolada

Cada passo é um passaporte
É pra fora de nós
É passagem
Transição

Cada passo,
Penso, é destino

Passada lenta, cortejo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Silêncio

O silêncio tem vozes
Para a minha alma entender
Nas entrelinhas
O soar das respostas

O silêncio é um vazio
Ele diz tudo
Em suas palavras invisíveis
Penetram nos becos da minha mente

Para pensar
Sonhar, sentir
Construir um mundo
Onde somente as vozes
Tem as suas respostas
Nas entrelinhas do meu silêncio

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Evolução

Enquanto Adão e Eva faziam traquinagens pelados,

Darwin empunhava seu evolucionismo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Riso Pálido

Técnica: Gastura

Talho de estilete
sob verniz


Iriene Borges

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Habita-me

Quando o veneno é vão
e no espelho há verdade

Eu rio discreto
pra não amanhecer iras
e hostilidades

Pois o anjo que me guarda tem face
e nome
e amor gratuito

Se a sombra persegue meus passos
e amores, com decotes e olhares

Eu mar aberto
pra não escurecer tempo
e cordialidade

Pois o demônio que me guia tem foice
e fome
e ódio subornado


Barbara Leite

sábado, 7 de fevereiro de 2009

SUICÍDIO*

.
Covardemente
desistiu de Amar
.
Simplesmente
desistiu de Amar
.
Tragicamente
desistiu de Amar
.
Tanto desistiu de Amar
que desistiu de Viver!
.
(*) 25° lugar - Bela Vista de Minas - MG - POESIA DE BOLSO CLESI

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O amor pelos pouco amados

Eu já havia prometido não cegar novamente,
é isso, vinho seco e nenhuma nova amargura.
O seu sexo já cora a pele do meu rosto
e seja otimista, ainda me deito contigo.

Os estranhos vizinhos dormem sob confiança,
nos tetos de terceiros, abrigo uns sonhos.
Me acordo pela manhã e não te reconheço,
alguma familiaridade muito me desagrada.

Sentado no corredor, olhando as paredes
percebo que não me és sempre verdadeiro,
nenhum sofrimento dedico por saber disso.

No ônibus evito a cadeira da janela.
Afastando-me dos ventos quentes da rua,
ainda ganho companhia alguma na viagem.

Antonyus Pyetro

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Elixir da Vida

Quão remota dúvida
Posto calada, fez-se certa
Amofinada em branco, pálido semblante
Em boca petrificada, diziam os vítreos olhos, agonia

Perfeita estátua, conduzida por mãos de escultor prudente
Cujo fio do coração reluta religar à mente previsão da luta
Entre o sim e o não
Da carne à pele a emoção da alma
Sofre o abuso da dicotomia da humanidade que semeia vento

Reluta a forma bebericar o elixir da vida
Respirar o feito,
sentir na alma emoções febris de amor e ódio a conduzir conduta
Mas breve a vida...
E com ela o dom de se ter levado com tudo e consigo,
No olhar o tempo e a história única da odisséia viva

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mangueiras

Então vou nadear como Manoel
por entre as letras embaralhadas
nesta estrada de sons e de palavras.

Vou navegar nestas águas ribeirinhas
que se entrelaçam como sonhos
na cabeça dum louco.

Vou me afogar na areia
que em meus olhos se espalha
nesta terra sem montes, sem mar.

Então vou rir de tanta coisura
a bailar pelas voltas e retas desta cidade.

E mesmo assim o nada me invade,
me inunda a alma com boca
escancarada, repleta de tardes.

Que ainda me pego cheirando
sal de oceano, enquanto nos olhos,
apenas uma nesga de chão.

Mas não me meço por saudades
E nem por olhar pelos ombros
Que tombos muitos levei assim.

Então me aquieto olhando mangueiras.

Mangueiras é parte do livro Outros Sentidos (07/2008)