sábado, 30 de junho de 2012

VIAGEM À LUA


Comento para dizer que li e gostei, concordando com as ideias avançadas em absoluto. Passar do uso para o abuso, é um pequeno passo. Como a ida do Homem à Lua!? Não deverão ser necessários muitos mais anos para se descobrir toda a (in)verdade. Chamou-me a atenção a forma contida, "disposição prática" para expor as ideias e o raciocínio que as forjou.
Ao fazer testamentos, para os abrir, pressupomos a passagem do tempo? A morte do artista!... Tudo num sentido figurado, cénico, metafórico, até a metáfora ficar cansada e se deixar apanhar com a língua de fora…

"Viagem à Lua" fica a dever a leitura e comentário, aqui:

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"sonho de um homem ridículo"




acordei com uma ideia nos ombros
para o café da manhã, bater o sol no liquidificador
o mistério não estava mais em minhas mãos
mas no chão sob meus pés
quando fui pegar o ônibus
encontrei o sonho de um homem ridículo
que eu tinha esquecido no banco da parada
Hoje
  • 19:00 até 21:30
  • Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP Próximo ao metrô Brigadeiro.
  • Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Escrituras Editora convidam para a

    QUINTA POÉTICA – 48a edição
    28 de junho de 2012, com início às 19h, na Casa das Rosas (evento gratuito/sorteio de livros e calendários)

    ... Poetas convidados: Assis de Mello - Cyana Leahy-Dios - Hélio Neri - Henrique Pontes - Juliana Bernardo

    Participação especial de Marcelo Lavrador

    Curadoria: José Geraldo Neres

    Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos
    Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP
    Próximo ao metrô Brigadeiro.
    Convênio com o estacionamento Patropi - Alameda Santos, 74
    Informações: (11) 5904-4499


    --
    Saiba mais sobre o evento e os convidados:

    Quinta poética
    Curadoria: José Geraldo Neres

    Mensalmente, a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura abre suas portas para a Quinta Poética, um grande encontro dos amantes da boa poesia, com a presença de poetas consagrados e novos talentos, que têm a oportunidade de apresentar seu trabalho por meio de intervenções artísticas das mais diferentes expressões, como dança, música, artes plásticas, cultura popular, que envolvem a leitura dos poemas.
    Grandes nomes da poesia já estiveram presentes nesses encontros, que conta com entrada gratuita, abertos ao grande público, e organizados sem fins lucrativos nem investimentos financeiros. Mais de quatrocentos produtores culturais e artistas de todas as linguagens e estéticas de todas as regiões do Brasil e do exterior estiveram presentes no projeto Quinta Poética, promovido pela Escrituras Editora e a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, com curadoria do poeta José Geraldo Neres.


    --
    Os poetas:
    ASSIS DE MELLO, pseudônimo literário de Francisco de Assis Ganeo de Mello. Autor de “A Borda da Ilha” (Lumme Editor, 2010). Poeta, pintor, fotógrafo, biólogo. Docente de zoologia na UNESP- campus de Botucatu.Blog: http://coisasdochico.blogspot.com.br/


    --
    CYANA LEAHY-DIOS. Autora de 16 obras de poesia, prosa literária e acadêmica, destacando-se (Re)confesso Poesia (Ed. 7 Letras), 106 falas de amor (CL Edições), Carteira de Identidade (Franco/CL Edições), Educação Literária como Metáfora Social (Ed. Martins Fontes). Mora em Niterói- RJ.
    Sites: www.cyanaleahy.com / www.saladeleituras.com / www.cledicoes.com


    --
    HÉLIO NERI (Santo André – 1973). Publicou as plaquetes: “Avulsos” (2002), “Sombra das Coisas” (2003), “Registro” (2005), “Febre” (2006), e os livros: “Anomalia” (Alpharrabio Edições, 2007), “Palavra Insubordinada” (Alpharrabio Edições, 2011). Organiza o Sarau na quebrada do Ponto de Cultura Mistura & Gingada. Contato: helioneripoesia@hotmail.com


    --
    HENRIQUE PONTES (1987), participou das oficinas de literatura na Casa da Palavra, em Santo André. “AMoral Poética”, (Editora Multifoco - Selo Vale em Poesia) é seu primeiro livro de poesia.
    Blog: http://henriquerishi.wordpress.com/
    Contato: henriquerishi@gmail.com


    --
    JULIANA BERNARDO (São Paulo, 1989). Poeta e ficcionista: Publicou “Carta Branca” (Poesia, Editora Patuá, 2011). Tem textos em revistas, jornais literários e antologias. Premiada em alguns concursos, prepara seu segundo livro de poemas.
    Contato: julianabernardo@yahoo.com.br


    --
    PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
    MARCELO LAVRADOR (1973), compositor, violonista paulistano. Formado no Clam, passou pelo EM&T e ULM. Teve como principais mestres Conrado Paulino e Ulisses Rocha. Leciona há mais de dez anos. Lançou os CDs “Casa das Bruxas” (2005) e “Constelações” (2008).
    http://www.myspace.com/marcelolavrador

    --
    CURADORIA:
    JOSÉ GERALDO NERES. Poeta, ficcionista, e produtor cultural paulista. Publicou os livros de poesia: “Pássaros de papel” (Dulcinéia Catadora, 2007) e “Outros silêncios” (Escrituras Editora, 2009). O livro “Olhos de Barro” (Editora Patuá, 2012) recebeu menção especial no 3º Prêmio Gov. de Minas Gerais de Literatura, ficção – 2010. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.
    Blog: http://neres-outrossilencios.blogspot.com/


  • terça-feira, 26 de junho de 2012

    Insight matinal


    Abriu os olhos e espiou o relógio: em cinco minutos o aparelho soaria. Seria inútil tentar dormir mais um pouco, então resolveu pensar no dia. Era terça-feira e ela estava rigorosamente programada. Os estudos, as refeições, as atividades físicas. Alguns minutos para o lazer e a cultivação moderada das paixões. Tudo equilibrado. Não precisava sair da cama para saber que seria um dia ordinário.

    O relógio despertou e ele se lembrou de Bukowski. Existem dezenas de maneiras de enlouquecer, disse o escritor. Estava certo. Restava saber quando.

    sábado, 23 de junho de 2012

    SMS



    Recebi seu recado no meio da noite, mas não consegui ouvir o grito... você queria cantar pra mim aquela canção que você adora, queria abrir seu coração, e fechar seus olhos para esse lugar sem graça. Você me disse tantas vezes que queria transpor o muro, e viver do outro lado... eu achava que era apenas rebeldia adolescente, mas você cresceu, de dentro pra fora, e sua  tristeza continua, sua insatisfação com a vida, com as coisas e com as pessoas... o fascínio pelo álcool, sua escravidão. Tantas vezes falei, olhando nos seus olhos, que não era por ai, mas você não quis saber, e caminhou a esmo tentando encontrar algo que preenchesse esse vazio tão cheio de expectativas. Nada poderia. Nessa jornada tortuosa e ao mesmo tempo prazerosa, você descobriu aquela luz de que eu tinha falado, que me iluminava sempre, e enchia meu coração de sentimentos bons. Aquela luz que queimava meus olhos quando você não estava sentado ao meu lado, também queimou os seus, você também a sentiu e a viu se apagar lentamente, dia após dia, enquanto esperava pela partida. Você quis se despedir tantas vezes e de tantas formas diferentes, sempre pensando em não me magoar, mas eu nunca conseguia ir embora de verdade, e continuava tentando te tocar, te alegrar, te fazer feliz. Agora finalmente descobri que só é feliz quem quer ser. Só se é feliz quando se encontra algo grandioso, inesquecível, constante. Alguém que nos faça falta, que esteja sempre presente. Pensamentos bons, bons momentos. Então por que não conseguimos ser felizes juntos? Sim, tinha sempre aquele alarme nos lembrando que não, não, não... não era a hora, não era o lugar, não era pra ser... Ponto.

    quarta-feira, 20 de junho de 2012

    Adágio para instrumento de barro e manhã sem sol



    Quebrado. Em tantos pedaços. Olhava os cacos no chão e mal conseguia acreditar. Não que se tratasse de algum vaso chinês da dinastia Ming. Era apenas um coração. Tosco. De barro. Sem verniz. Partido. O seu. Só lhe restava chorar. E isso era pouco. Ah, muito pouco...



    Márcia Maia


    domingo, 17 de junho de 2012

    Resposta ao "Paradoxo", de Amélia Tomás

    Há de ser compreensível
    E de fácil entendimento
    Que se o amor é infindo
    Tal qual o firmamento
    Eu caibo nele e o pratico,
    em vida e em pensamento.

    --

    Paradoxo

    É sem dúvida esquisito
    E não tem explicação
    Que sendo o amor infinito
    Caiba em nosso coração.

    (Amélia Tomás)

    terça-feira, 12 de junho de 2012

    Experiência

    Ao pararem em um semáforo, ao lado de uma carroça puxada por um burro, o garoto ficou observando o animal, questionou-se por alguns momentos e decidiu perguntar:

    - Vovô, qual o nome desse negócio que tapa a visão dos burros?

    Sem nem ter visto o burro, o avô respondeu, com precisão:

    - Preconceito, meu querido. Preconceito.








    texto do livro Colcha de Retalhos


    segunda-feira, 11 de junho de 2012

    Tradicional






    Ao voltar a estudar, novamente escreveu. Não no notebook como sempre, mas no papel como nunca antes. Não gostava de cadernos e sim de folhas soltas, assim como as que suas irmãs árvores espalhavam por aí em combinação com o vento, pois cada folha possui sua própria vida e seu próprio caminho. E assim seguia escrevendo poesias mágicas e como toda magia, seguia um ritual, separava caneta e folha, tempo entre os  espaços ocupados, espaço dentro do tempo escasso e então escrevia. Nesse espaço-tempo só seu, descobriu os segredos velados apenas a quem nunca tentou, revelados a todos que ousaram concretizar sua escrita e só não resolveu uma questão, onde colocar tantas folhas até que juntas, tornem-se nova árvore então.

    Joakim Antonio


    Imagem: Traditional Art by Zalas

    domingo, 10 de junho de 2012

    Encontro na Praia

    mar sem vento
    solidão lotada
    a auto-estima derretendo
    o calor das escolhas erradas
    areia engasgando palavras

    sexta-feira, 8 de junho de 2012

    Arrepio ambíguo


    Noite chuvosa,
    os corpos nus,
    molhados,
    deitados no chão,
    arrepiados...

    frio ou tesão?

    Isaac Ruy

    sábado, 2 de junho de 2012

    KAFKIANO

    O poema
    essa metamorfose
    do pensamento


                            Sérgio Bernardo

    sexta-feira, 1 de junho de 2012

    a sintaxe da realidade




    mal as coisas se pronunciam
    e já declinam sobre o real
    deixam de ser
    tento em vão perpetrar
    mas é o fim que propago
    é o fim

    meus sentidos pedem a inércia
    me enganam e morro pelo inimigo
    o mais próximo que se diz amigo
    que só me fere por ter entrado
    pela porta da frente que eu abri

    toma-me sem pedir o que a princípio
    deveria ser apenas meu
    e por fim aniquila-me sem morte
    seja lenta ou honrosa
    e as palavras se calam

    todas

    vi que mal preciso das palavras
    antes muda e cega
    para não interagir com esse mundo cão
    se acho favo é mais que amargo
    o diáfano da leveza pálida e viscosa
    é mesmo o silêncio.