quinta-feira, 19 de julho de 2012

amnésia

Todo dia vou até à banca do seu Pepi ler a lista de óbitos, na esperança de que. Mas nunca vinha, só velhos e pobres desconhecidos desgraçados pela violência urbana. Aí parei. Hoje fui comprar cigarro e o seu Pepi veio sorrindo com um jornal na mão. Sorri num suspiro e lá estava: X.X., 32 anos, assassinado. Sorri mais. Foi você, filha? Ai, seu Pepi, eu tenho a memória tão ruim.

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