Um morto
com aqueles olhos sem horizonte
iguais aos das bonecas
não pede nada
Aceita as missas que mandam rezar:
nele não há mais dúvidas nem certezas
A um morto
não interessa se comemos
o que fotografamos
nem se teremos o cuidado de alguém
perto de estarmos como ele:
mortos
Um morto
(lhe foi tirada a propriedade de pagar)
não nos deve nada
[Sérgio Bernardo Correa, poema inédito em livro]
Um comentário:
Bom, gostei.
Postar um comentário