A um toque das mãos ter as pessoas,
ver nossa vida em suas vidas continuada.
Pioneiras que antes de todos foram ao fundo
e dele regressaram com avisos, precauções.
A um toque das mãos ter as pessoas,
ser feliz com elas enquanto transitam –
estendendo a fronteira de nossa alegria
às ruas onde não eram aceitos os nossos passos.
A um toque, para o bem ou para o mal –
ter algo quebrado quando se embrutecem,
ser ferido quando se atracam,
quando se estilhaçam, ter algo partido.
A um toque das mãos ter as pessoas,
poder viver nelas o que não nos foi possível –
em seus pulmões o ar que nos foi recusado.
Seus sonhos e os nossos em uma mesma sala.
A um toque das mãos ter as pessoas,
ver nossa vida em suas vidas continuada.
(do livro Comerciais de Metralhadora)
Um comentário:
Muito bom, Rafael.
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