foto: strany
Ele disse: "Você é um anjo!" - e piscou um dos olhos, como sempre fazia para conquistar...
Parecia ter passado uma década, e ainda não tinha terminado o primeiro cigarro. Ela sabia dele o tempo todo, e centelhas brilhantes ao seu redor - luzes de Natal.
Ele trazia seu perfume torpe e um sorriso safado... ela sabia, o tempo todo.
Piadinhas, sorrisinhos e uma dorzinha chata do lado esquerdo.
Ela disse: "Você sempre tem resposta para tudo!" - e pensou que aquilo desanuviaria seus sonhos... não bastou.
O rosto impúbere lhe marcara as retinas, e ela desistiu de fechar os olhos.
Sempre soube do caminho sem volta que é a paixão. E tinha medo.
Temia o frio que fica quando a paixão acaba, e o vazio que se aloja no peito quando a ilusão se desfaz.
Era mesmo uma batalha perdida.
Ela tentou lembrar de quem era antes dele, de sua vida...
Lembrou-se de quando ele segurou suas mãos e se declarou um cavalheiro.
Ela soube então que a canalhice é imensurável, e saiu.
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