quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Criatura


Queria que antes de mim viesse o verbo
Não queria o verbo temeroso e triste

Queria o verbo verde
O verbo que possibilitasse um entendimento sobre a maturidade
Obedecendo o passar das horas

Se todo incompreendido é louco, torto, insano...
Mil vezes a minha estupidez que não gosta da resposta pronta
Mil vezes a minha estupidez que quer provar o amargo das coisas e
O verde na sua fase mais primária e imprópria para o consumo

E, sendo louco, por não querer a síntese exposta na introdução
Me fiz de inteligente lendo as obviedades dos textos
As texturas que evidenciavam que era aquilo, e só aquilo

A coisa aparentemente ignorada encontrou em mim terreno fértil
E tudo que era considerado loucura, mesmo sendo primário
Mesmo sem ter maturidade suficiente para nos oferecer sementes
Acomodou-se em meu incomodo

Foi letal!
Marcou visualmente, matou o óbvio,
Me trouxe palavras antigas de cara nova
E a imagem deixou de ser possibilidade
Vi surgir em mim o verbo em cujos braços quis nascer

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