No outono solitário
baila a folha
ferrugem, descarnada.
E vem a luz
rasgando a estrada
como revelação de virgem.
A tarde sem dono,
como se não existisse nada,
velou o vôo da vela, da folha,
amarelada.
Vertigem.
Rodopiou o menino
na beira da estrada.
O trem sobiou.
Soprou a folha o vento seco.
Estiagem.
Como o beijo
teve gosto de outono,
o desejo um dia madurou
em primavera.
Um comentário:
belos sons, Barone
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