terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma pausa na literatura



Não é fácil perder alguém em um acidente de carro. Os familiares e amigos que ficam não tem o tempo necessário para elaborar a iminência da perda, quando, por exemplo, a pessoa querida é acometida de uma doença que a enfraquece pouco a pouco.
Já vivi essa situação três vezes: tive dois primos que se foram em acidentes de carro; ambos estavam sozinhos e aparentemente foram vencidos pelo sono.
No caso de Marcela, uma psicóloga brilhante, colega de faculdade, foi diferente. No dia das mães de 2004, ela saiu cedo de casa para comprar flores para a mãe. Na ponte Costa e Silva - aqui em Brasília - quando estava a cerca de 50 km/h, foi atingida por um idiota que voltava de uma festa a fantasia.
Ah, antes que me esqueça: o imbecil estava a mais de 120 km/h em um lugar cuja velocidade máxima permitida é de 60.
O assassino sobreviveu ao acidente e ainda responde ao crime. Marcela morreu na hora.
Quatro meses depois, a mãe dela não aguentou a perda e usou um coquetel de remédios para ir de encontro a filha...
As fotos aí de cima foram tiradas no balão que dá acesso ao aeroporto de Brasília. Faz parte de uma campanha do governo para conscientizar a população através do choque. O carro não é de "mentirinha", pessoas morreram nele justamente por causa da combinação álcool-trânsito.
Para problemas radicais, alternativas de solução radicais. Seria também interessante que o governo colocasse tais instalações na frente de escolas infantis e faculdades, boates, bares da moda, etc...

Um comentário:

Adriana Riess Karnal disse...

Me solidarizo a vc nessa campanha contra o álcool.... quem já sentiu na carne um acidente assim, sabe o q significa.