sábado, 11 de dezembro de 2010

Som da palavra



Tem som divino
instiga o povo
compõe sermões
fala pelos ladrilhos
ou simplesmente aquieta
se fecha atras da porta, abrindo janelas
na mente, na alma, no céu escuro da noite
solta palavras quentes como açoite
que batem nas costas e queimam na alma
por ela
a mortal língua que nunca cala
se prende ou solta
sanguinária
atirando
mirando no nada
e às vezes
acertando o tudo
subindo pelo túnel
transpassando o abismo
e voltando a ser
menino
ouvindo o som do começo
o verbo que sibila em labaredas de energias
inimagináveis
tão fortes
tão frágeis
passeando pelos caminhos
como possuísse algo nos pés
nova face em cada era
mas reconhecidos
por olhares
risos
passos
intensidades
provocando-nos
viradas de cabeça
ao ouvir a simples palavra

POETA

Joakim Antonio

Foto: estátua de Ferdusi 

Um comentário:

Graça Carpes disse...

Um... Mantra.
:)
http://pulsarpoetico.zip.net