quarta-feira, 8 de junho de 2011

Clara

Clara, sinto falta de tua voz, por isso sussurro ao teu ouvido. Porque não cantas mais? O que farei nos dias tristes, como esse, sem tua voz?
 
Clara, tua palidez lânguida exala uma paz que se reflete no silêncio amargo deste salão. Pelas flores em teu cabelo e teu vestido branco rendado poderia dizer que estás vestida para uma festa, se todos a tua volta não estivessem de luto.
 
Clara, agora só resta a treva. Nossos olhos já não se encontram, pois tuas pálpebras rígidas não se movem, assim como não se encontram nossos lábios, pois os teus mantêm essa sobriedade fria. 
 
Clara, não sei se ainda sonhas, mas enquanto dormes teu sono, saibas que fico, insone, a velar-te, sonhando acordado com o dia em que despertaremos juntos no paraíso.
 
Isaac Ruy

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