Clara,  sinto falta de tua voz, por isso sussurro ao teu ouvido. Porque não  cantas mais? O que farei nos dias tristes, como esse, sem tua voz? 
Clara,  tua palidez lânguida exala uma paz que se reflete no silêncio amargo  deste salão. Pelas flores em teu cabelo e teu vestido branco rendado  poderia dizer que estás vestida para uma festa, se todos a tua volta não  estivessem de luto. 
Clara,  agora só resta a treva. Nossos olhos já não se encontram, pois tuas  pálpebras rígidas não se movem, assim como não se encontram nossos  lábios, pois os teus mantêm essa sobriedade fria. 
Clara,  não sei se ainda sonhas, mas enquanto dormes teu sono, saibas que fico, insone,  a velar-te, sonhando acordado com o dia em que despertaremos juntos no  paraíso.
Isaac Ruy 
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