A poesia se move silenciosa
No interior das coisas
Como serpente à espreita
Espera o tempo exato
Num bote certeiro
Mordendo as palavras
Arrastadas ao ninho
Úmido e fecundo
De pensamentos indomáveis
A poesia é como o urro da fera
Na noite escura
Cerceia a presa, se impõe
Enclausura o verso
Em cadeias extensas
Devora, domina, suprime
Significados
A poesia arrasta em sua onda
O poeta –
Que anda em sonhos, em círculos,
Em sendas – perdido.
Como gato acuado
Ela salta, cai de pé,
Se equilibra nos telhados,
Sob a luz da lua
Uiva ociosa no cio.
Impúbere debutante
Em sonhos de ontem.
3 comentários:
Arrebentando, como sempre, Flávio!
Abraços!
Flávio, excelente poesia! Gostei muito!
A poesia é mistura de melhor amigo, conficionário e divã de analista, é um porre que esvazia, e faz um bem danado.
Beijos amigo querido.
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