terça-feira, 23 de agosto de 2011

Levez


Ainda assim,
é Mariana quem não me deixa partir.
Só ela sabe
o que eu era antes daqui.
Com seus caprichos
é ela quem zela por mim.
Mariana me devora as entranhas
com neblina no lugar do olhar;
ela me tapa a boca
com seus beijos ocos
e marca minha pele
me mordendo com dentes plebeus.
Ainda assim
me enamoro de Mariana
quando ela me ampara em suas asas,
para apaziguar a tormenta,
acaricia meu peito
para estancar minhas dores,
acalmar mares, tempestades.
Isso me sustenta.
E depois de tanto
nossos passos ainda combinados
costurados por abraços apertados.
Assim,
sem Mariana comigo
eu não sei mais de mim.
Não fosse Mariana em minha vida
eu seria quase não
e seria, sem fim,
todo solidão.


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