segunda-feira, 2 de abril de 2012

CONDOMÍNIO AGORA


O monstruoso edifício,
a pressa nos elevadores
engole gentilezas diárias.
O bom-dia se perde
esmagado pelos decibéis
dentro de ouvidos adolescentes.
O esfregão do zelador
trafega entre a urina dos cães
e a terra solta por sapatos.
Ninguém desacelera os passos
para admirar um vaso com violetas
que a mulher do síndico trouxe de uma festa.
Mora-se ali:
viver seria uma outra coisa.

[Sérgio Bernardo]

Nenhum comentário: