quinta-feira, 21 de agosto de 2008

DORIAN GRAY


Ela veio como ninguém antes
Sentou-se calma tragando medo
Delirou calada memória fumê
Taciturna víbora enciumada
Pegou da pele fogo aceso e sorriu
Iluminou a casa com tristes olhos
Restando nada, apenas ela dentro

Quando ela entrou e a viu: silêncio
Nada que fizesse a esqueceria
Furtiva e enciumada perderia razão
Embora medo faltasse até os olhos
Atravessou dentro até o pico
Do outro lado distante visível dela
As duas se vendo em contrito ódio
Delas que nunca amaram senão suas

Ele veio tarde desnudo de pressa
Isento de cólera e recalque aproximou
Ela o olhou ao longe e ela também
Ele a viu e depois ela, diferentes passos
Voltou-se consigo tédio e provimento
Viu que ela o viu e que ela o viu
Ele parado no meio entre elas e ele
Divido o olhar em duplo pensamento
Esgueirou-se tarde à malemolência

Sutil caminhou dos quatro à chapelaria
Dolce & Gabbana em ziguezague no ar
Vislumbrando Kendalls curvilíneas tragou
Pára no hall entreaberta à saída estática
Ela os olhou antes de ir embora sozinha
Ela a viu sair vislumbrando bailado e classe
Ele a viu sair respingando rastros e tons
Ela os deixou ficar exprimindo medos e vontade

Pensou a vida oferecido nada senão ela
Tentou a dor despossuído tanto quanto eles
Desejou manter-se unida a pouca posse
Mas triste definhar pôs-se necessário
Relutando o norte visco do desejo
Dietética paciência aflita despediu-se

Um comentário:

Larissa Marques - LM@rq disse...

ai ai, como gosto de ler-te nas entrelinhas!
muito bom, meu querido!