sexta-feira, 24 de julho de 2009

Retrato Falado

Imaginá-lo pensando em um céu esterilizado, completamente
desabitado, não é exercício de muita poesia. Não há poesia
alguma em vê-lo esmagado pela solidão.

Seus planos sangrentos, encharcados de crueldade, nem
devem ser mencionados. Nunca matará ninguém.

É tomado de pesadelos que acorda: seus projetos de esfaquear
pelas costas, incendiar casa com gasolina, atropelar e fugir,
nunca sairão do papel. Logo o sangue congela nas veias.

No fundo do poço o escape que lhe ocorre é cavar.

Um comentário:

Adriana Riess Karnal disse...

triste e tenso.gostei.