segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dentro do peito



Trago isso dentro do peito, um não-sei-quê vibrando por dentro, mas não comprimindo, apertando e sim, pedindo para sair, com uma ânsia enorme de se comunicar, de ser, de vencer as barreiras do espaço-tempo e fazer um ninho no centro de tudo, de onde suas crias se espalharão e se chamarão poesia.

É muita ousadia querer ser poeta, quem me deu esse direito, quem me passou o caduceu de mercúrio e os louros que enfeitam meus cabelos, quem disse que eu podia escrever versos, concretos, disformes, pequenos e enormes, recitá-los ou escondê-los em demais textos.

Mas não tenho medo de dar a cara à bater e dizer, eu admito, sou culpado desse crime chamado sentir, de descortinar-me sem zelo nem pudor, andando nu por aí, tocando notas na lira que, espero, toquem outros corações.

Sou um delinquente, que escreve o que sente, pensa, que ama sem receio e por vezes, é tachado de tolo por alegrar-se com a vida, não reclamar do começo ao fim do dia e tentar, mesmo que pareça impossível, transformar o mundo num lugar feliz.

Como réu confesso, peço clemência, um exame provará ser genético esse meu defeito, então sempre andarei  com o peito cheio, desse não-sei-quê, dito por alguns ser poesia e por outros, amor demais.

Joakim Antonio 

Um comentário:

Renata Fagundes disse...

Também "não-sei-quê" posso dizer
emoção faz as palavras ficarem mudas e os olhos se encherem de estrelas.

Te amo poeta