segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Outras Confidências




Não sou funcionário público,
Tampouco tive gado, ouro e fazenda.
Na parede, nenhum retrato
Resgata-me da profusão sentimental
A inflar saudades em meu peito.

Vivo submerso em sonhos e retalhos,
histórias e improvisos;
a tristeza aqui dentro instalada
é amálgama de ferro corroído.

Se eu trouxesse todas as prendas exemplares,
Todas as notas de canções já esquecidas
Transmutava essa tristeza descerrada
Em completa explosão de alegria,

Mas, por hábito, abracei o sofrimento,
isolado mergulhando em noites brancas,
de outros tempos da vida erigi lembranças
que se esvaem simplesmente em contradança

De tão porosa a alma está incomunicável,
ferido o orgulho
maquiado qual ferrugem
de tanta mágoa
me encerro em outra pauta
escrita apenas da alegria que em falta.

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