Não,não pode
Saia da minha cama
Com sua cabeça coberta de meus afagos
E os afogamentos dos meus gozos
Leve seus sambas
O tira-teima de ser um maldito
Invente um apelido
Para minha dor
Não,não deve
Não vê que estou preste
A me jogar nas alturas?
E você em mim
E você aqui
Zona do desconforto sem lar
Ardendo a cabeça
Em forno bulímico
Aparição em estilo satânico
A marca do estilete cego
Nacos dos nervos no tapete vago
Não,não posso
Querer tudo e desaguar fragmentos
Nos teus amáveis pecados
Desaparecer em ti como solução
Solúvel em delírio e chá de lama
Não posso
Não pode
Não pare
Alienados em nós
Nos distanciamos em chamas frias
Se tudo pudesse ir embora nesse avião
Se eu tivesse asas
Para buscar-te em mim
E explicar essa mágoa
Deixaria tudo
Na palma estagnada
Sem linha,sem ponto,sem cruzes ou pausas
Mas não posso
Não pode
Não me possuo
Não note
Logo a cama de nuvens
E um apagar profundo
De não poder
2 comentários:
Belo tema, ótimo ritmo. Parabéns pelo texto.
quisera eu saber minhas próximas paradas, maravilhoso como sempre, Ritinha!
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