sábado, 1 de maio de 2010

o boi












a quase guerra duma camisa no varal com o vento, uma cerca de arame farpado protege o quintal. o mito passeia pelo paladar: é carne. nada bucólico, cru, não causa náuseas e mata a fome. no vigésimo capítulo, sob a sombra da pedra preta, Guernica pasta. é bovina a carne que dobra no prato e meu olho desprende mil farpas na direção daquela camisa suada, entreaberta sobre o peito dele. consumo a erva da beira da estrada, a mesma que alimentou o boi. Carlos dorme, alheio à refeição e ao mito.

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