como quem chove nas pedras
mas hei de achar cura para o mal
que confessou ao pé do meu ouvido
é sua mentira perfeita que me quebra
já não fecho os olhos quando
me ama e quando me cega
queria eu ser pega no medo
que arfa a venta e cessa a fala
não rezo mais e estou presa
nos seus dedos contas do terço
que já não expiam-me devoção
aqui atolo-me nas heresias tolas
o reflexo do olho ingratidão
de conjugação oposta ao sim
créditos não me compram mais
só contas de lágrimas vazias
distante e tão perto me faz elegias
e tento respondê-las num ato falho
mas encontro-me só e tão vazia
tento me afastar desse tormento
orei meu abismo aos bárbaros
e eles ainda riram de mim
e se ainda consegue me ver
mate-me com ódio e fúria
que não quero mais nada de nós.
3 comentários:
Alguns sentimentos nos grudam como tragédias.
Lindo poema, Larissa!
Doloroso... Abril.
Excelente combinação de imagens e textos.
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