Oh! Grande senhor das horas do tempo imaculável,
por todas as voltas que essa esfera dá,
em torno de si e em torno do sol, te rogo:
em torno de si e em torno do sol, te rogo:
me apresente algo que paire para além dos círculos de um girassol
que não seja pressão de cachoeira em queda livre
arvorecer em horizontes de esticar a vista
planaltos e planícies douradas
ou brisa de campo suave.
Tenho anéis de cerrado
cercando-me.
Ah! Que blasfêmia voz digo
portentosa alegria só se encontra no entrevo
do desfiladeiro de força centrípeta
nem lá, nem cá
na travessia...
pontilhão de arruaça
tênue linha.
Enquanto a terra gira à pina...
tênue linha.
Enquanto a terra gira à pina...
Vem me buscar
cavalo alado dos dias,
por aqui o vento venta apressado
uivando e chamando toda a matilha
Aqui nada se esvai ou dilui
à total revelia
Toma de pulso certeiro
sua vida, seu tino
que o mais ao passo de trotes
que o mais ao passo de trotes
é o mesmo destino console acolhido
Pra ganhar imensidão de céu azul!
É preciso arriscar,
alcançar a fronteira
daquele rincão encantado
de soalho molhado fecundo
ante a ribanceira.
Flávia Amaro
*Poema publicado inicialmente no blog pessoal da autora: "Cronicamente Orgânica" e no livro "Antologia Versos de Primavera" da Editora SAPERE (no prelo).
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