outro dia, dois amigos, um escritor e um músico, discutiam na mesa do café.
não, não é piada, aconteceu mesmo, e eu resolvi compartilhar porque isso não me saiu da cabeça.
o escritor dizia ao músico que ele tinha que compôr coisas originais, dele, sabe.
porque tocar cover em baladinha é coisa de moleque, e que, por isso, não o considerava um artista, mas nada pessoal.
o músico ricocheteou violento nas paredes, dizendo que era artista sim, porque dava diversão e emoção aos passantes e frequentadores de seus empregos noturnos, além do que, perpetuava a música.
o escritor disse, então: ok, então eu vou lançar um livro cheio de poesias do vinícius e do quintana, vou assinar no meu nome e dizer que é um livro cover, e que, portanto, sou artista, porque perpetuo a arte batendo punheta com o pau dos outros?
desnecessário tudo isso, não acham? hoje os dois nem são mais amigos. e eu ainda não sei o que pensar.
5 comentários:
The must!
Entendo a posição do escritor, mas, no caso do músico, há formas diferentes de se cantar uma música, a voz de cada um é diferente. Ele poderia lançar um disco com canções de outra pessoas sem problemas.
No caso do poeta, a linguagem escrita é imutável, não daria pra ele publicar um livro com poesias de outras pessoas.
Agora, se ele fosse lançar um CD recitando as poesias, aí seria outra história...
Todo cover de música é uma releitura da mesma.
A coisa mais parecida com um cover de música que o escritor pode fazer é pegar uma história de outro escritor e reescrevê-la.
É como o Glauber aí de cima falou...
Um embate e tento. Sem querer me comprometer, já sei claramente do lado de quem eu ficaria! rs*
Oh... Esse escritor esqueceu da honra de emprestar sua voz à PALAVRA, que, com simplicidade Vinícius e Quintana emprestam a todos nós... Acontece.
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