terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Brinquedo das madrugadas brancas




Meu realejo de música estúpida
Tirai a sorte do meu maníqueismo triste
Dos fantasmas que comigo dividem a cama
E estamos quites
Das mentiras que engulo como sobremesa
Fui plastificada,encaixotada
Adquirida por uma criança
Que comigo nunca quis brincar


Virei túnel e absinto
Para ratos roerem meus sonhos
Fica aqui mais um instante!
Meu próprio ser é para mim
Lugar medonho
Meu corpo não tenho sentido
Sou vândala das madrugadas brancas
Saqueio,engano,vacilo
Ensaio coisas estranhas

Oro em altares rubros
Marginalizo feras mansas
Aprendiz do obscuro
E ainda assim o brinquedo da criança


2 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Olá, Rita! Fico sem palavras diante desse poema. Creio que não haja nada melhor que isso - que o verso nos faça sentir na pele: eu senti a dor dessa cama habitada por fantasma, a angústia das mentiras degustadas, a tristeza do brinquedo que não tem utilidade, posto que é deixado de lado pelo "menino". Muito bom!

Lauro Marques disse...

Olá Rita Medusa! Onde estão as fraturas expostas? Gostava do teu blog. Bom, você me pediu e eu envio o link para o poema musica
"Ameaçando a escuridão (apelidado Garrafas de Cerveja)"

http://www.secrel.com.br/jpoesia/Ameaçando.zip
gostei dos marcadores coisificação e melancolia.
Beijo