domingo, 15 de abril de 2007
ensinou-me os paraísos
em todos os sentidos
aguçou minhas sensibilidades
debulhou imprecisas possibilidades
foi-se sem aviso
dilacerar novos seres...
e no negro da noite
esperei por ti
reinventei-te
em tragos descomunais
porções de haxixe
campos de papoulas...
e no negro da noite
entreguei-me a outros braços
a outros vícios
quis-me paraíso narciso
com cipós brotando nas narinas
seus olhos habitando minha vagina...
e no negro de meu ser
seu sexo ereto em minha boca
o martírio de vitórias-regias
em meus olhos
acordo sozinha
vazia de nós.
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12 comentários:
poética e sensualmente lindo...
belas imagens, belo verso e belo final...
estréia de alto nível
flew!
"o martírio de vitórias-regias"
Uau! É isso!!!!
beiJardins
Bravo... Muito bom...
Beijos poéticos
Eis teu Sade e teu Dali! rsrs.
Bom começo!
Que deliciosa composição minha cara... A essa hora da manhã, ainda por despertar é um cálice a se derramar pelos meus vãos.
Beijos matinas
(re)começou muito bem minha cara Larissa!
Beijos!
Obrigada a todos e sejam bem vindos como escritores, como leitores e acima de tudo como companheiros!
A intenção dessa união é a busca do crescimento, seja pela troca, seja pela união, seja pela crítica saudável.
Pau na máquina, meus queridos!
Risos múltiplos! Beijos poéticos!
Larissa Marques.
Texto melódico e bem escrito, cheio de imagens metafóricas. Mas, como sou um analfabeto funcional em termos de poesia, explique-me: o que vc quis dizer com "cipós brotando das narinas"?
Glauber, vou explicar por te adorar, mas passar signos de poesia é o pior castigo que se dá a um poeta, primeiro porque se o leitor pede explicação, não entendeu o poema, e segundo vou explicar o que eu quis dizer, mas cada leitor alcança de uma forma, ok?
"quis-me paraíso narciso
com cipós brotando nas narinas
seus olhos habitando minha vagina..."
Nestes quatro versos, o eu literário liberta o ser amado e se vê "paraíso narciso". Como é um poema sibolista e abstrato, quase tocando non sense, "com cipós brotando nas narinas", usei essa figura do cipó, como algo selvagem que lembre em forma e textura o membro sexual masculino e em contrapartida, "seus olhos habitando minha vagina...", citeio os olhos e a vagina, que para mim, são os dois canais mais fortes de recepção do externo.
Espero ter explicado bem, sou didática, mas não sei falar muito de meus poemas.
Larissa, obrigado pela explicação, mas não se chateie: como disse, sou realmente muito ruim em matéria de poesia, e significados claros para muitos, algumas vezes, são obscuros para mim.
Não fiquei chateada, exceto por ter relido a minha explicação e ter encontrado um monte de erros de digitação, risos. Beijo!
nada melhor que um poema assim para iniciar esta viagem...
sensualidade pura!
Abração!
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