quarta-feira, 18 de abril de 2007

Sensações da arte

Sinto-me em casa... tantas são as mãos por aqui, tantos talentos, que terei todos os dias uma nova e reiterada oportunidade de ser mais feliz!!! Agradeço o convite e farei o possível para responder à altura das grandes feras que fazem parte da "coletânea" de mãos que integram este espaço. Beijos a todos!!!


***

segredos calam
não os quero ouvir!
batidas fortes
tão negro sentir
intensos cabos que gemem
em ofuscadas sensações
no corpo-semente
de gélida estátua marmórea
construída por frio escultor
que cava seu vento interior
em cada detalhe da peça
marcas do tempo
fincadas por solstícios ciclos
rebatem forças dos vendavais da vida
não importa quantas estações se passem
gravadas na face
do imóvel busto
remanescem intransfiguráveis
sensações da arte
traduzidas, combalidas
do negro véu interno
das mãos do artista!

***

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7 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema Caroline!
Seja benvinda entre nós. Você também é uma fera!
Abraços.

Larissa Marques - LM@rq disse...

Nunca tinha lido Caroline assim em tão "negro", tão "introspectivo" poema. Sinto uma "metamorfose", uma palavra que sei que gosta, reconheço uma transformação.
Abraços.

ofilhodoblues disse...

belíssimas imagens você criou no poema
Ótimas descobertas estou tendo neste blog...

flew!

otto M disse...

É assim que me sinto às vezes: um frio escultor a esculpir meus personagens insanos.

Você foi fundo, moça!

Augusto Sapienza disse...

Me escupiu uma profunda emoção enquanto lia o seu poema, muito bom...

Ah, uma manufatura por dia está pouco, quero overdose...
Mas vamos manter a ordem hehehehe

Beijos poéticos esculpidos por um escultor premeditado... Bonitos, mas na mármore fria, mas nem por isso deixam de ser sinceros...

*Caroline Schneider* disse...

Muuuuuuuuuuuito obrigada, amigos!!! Sinto-me profundamento honrada com tão afetuosas palavras de admiração e carinho. Beijocas estaladas... André! Passo a bola pra ti! rsrs

flaviooffer disse...

Muitas imagens me chamaram a atenção no poema, principalmente esta:"no corpo-semente/
de gélida estátua marmórea/"

é com certeza, algo que nasce do íntimo do artista, configurando todo universo de sentimentos que o impulsionam a uma luta para externar o que de mais intenso é capaz de criar!

Abraço!
Paz e Literatura!