sexta-feira, 5 de outubro de 2007

- Acalma-te, não há de ser nada demais.

Não te desesperes
Por sentir dor ao respirar,
Enquanto as partículas invisíveis de ar
Tomam caminho com facas em punho
Rasgando a couraça viva
Que me cobre por dentro.

- meu sangue nada mais é
que meu débito a deus ou ao diabo
pago através de sangramento
hemorrágico -

- Acalma-te, não há de ser nada demais.

Não te desesperes
Por sentir a realidadade
Desabar sobre as costas indefesas e nuas,
Seguindo ordens da gravidade,
Serva inocente e pura.

- meu sono é pesado
pelo peso que a realidade
pesa em mim -

- Acalma-te, não há de ser nada demais.

É o que digo a mim mesmo
Enquanto meu corpo se entrega
À cama quente e macia.

- É só mais um dia
Que se vai...

André Espínola

Um comentário:

Anônimo disse...

Tão bom tentar manter a calma , quando a realidade pesa aos ombros.
Tomara que nem seja nada demais.
Assim vou acreditar!