quarta-feira, 21 de maio de 2008

Descarte-me






As coisas me traem, os atos me atraem,
A alegria é essa insana loucura que me faz natureza em estado bruto
É um corpo desconexo procurando a junção com algo que autorize uma definição
E vivemos imbricados, eu e essa alegria louca
Pensando, sentindo, sangrando, moendo a vida entre os dentes
Assim me torno coisa que intercala objetos em sua essência supostamente existente
E vivo e acredito que por desejar a vida e querer prová-la é que invento deuses, os livros e a humanidade
Crio novos conceitos, derivados de conceitos já existentes, que tornam a vida mais complexa
E isso tudo tem origem material: o olhar, o beijo, o desejo, o sexo são algumas escalas iniciais disso tudo
E isso é tudo
E o todo precisa ser pensado
Pensar pressupõe existência,
Existência pressupõe ser
Sendo assim, sou
Em eu sendo, estou pra contrariar.


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Um comentário:

Deveras disse...

Uma introspecção que parece brotar do seio d´alma... A última frase é espetacular.

ficanapaz